CARTILHA CARTUM ATITUDE ECOLÓGICA



Através desta conexão virtual, os leitores da Revista CARTUM nº 63 podem acessar o conteúdo da Cartilha CARTUM ATITUDE ECOLÓGICA, publicada em setembro de 2012.




   Muita gente se preocupa com o meio ambiente hoje em dia: seja impulsionado pelo pânico do desequilíbrio climático ou pelo simples bom senso de quem zela pela morada onde habita, a humanidade em peso clama por medidas que contenham a degradação ambiental planetária.
Enquanto ficamos torcendo para nossos governantes tomarem tais medidas, podemos contribuir de dentro das nossas casas, seguindo as recomendações contidas nesta Cartilha CARTUM de ATITUDE ECOLÓGICA, através de textos pesquisados e redigidos pelo jornalista Rafael Gué Martini para a revista CARTUM, entre 2006 e 2008, que foram reunidos e transmitidos novamente, tendo como objetivo a educação ambiental de nossas crianças, para que cresçam com a consciência de reduzir ao máximo o seu impacto pessoal de degradação no ambiente em que vivem.
São pequenas medidas domésticas, quase imperceptíveis no meio de tantas agressões sofridas pelo globo terrestre diariamente... e que parecem não fazer a menor diferença. Mas se muitos de nós tomarem esses cuidados, a diferença começa a existir e a Mãe Natureza vai começar a ter esperanças nesta dita “civilização”!
Boa reflexão!!
ÍNDICE

1 – Consumo Consciente
2 – Pré-Reciclagem
3 – Sacolas Plásticas
4 – Óleo de Cozinha
5 – Lixo Não Reciclável
6– Carne Verde
7– Reaproveitamento dos Alimentos
8– Conservação dos Alimentos 
9 – Compostagem Doméstica
10– Água 
11– Combate ao Desperdício
12- Sustentabilidade e Diversão
13 –Sequestro Legal
PARA REFLETIR
Textos: Rafael Gué Martini (publicados entre 2006 e 2008 nas revistas CARTUM)


1 - CONSUMO CONSCIENTE

Educação para uma vida mais sustentável



Você já pensou no que é o consumo? A palavra é bem conhecida de todos e, seguramente, tem algum significado para você. Consumir implica em um processo de seis etapas:

1.      decidir o que consumir
2.      por que consumir
3.      como consumir
4.      de quem consumir
5.      usar o que foi adquirido
6.      descartar os resíduos



Consumo Consciente é consumir levando em consideração os impactos provocados pelo consumo. Explicando melhor: o consumidor pode, por meio de suas escolhas, maximizar os impactos positivos e minimizar os negativos dos seus atos de consumo. Desta forma ele contribui para construir um mundo melhor. O consumidor consciente busca o equilíbrio entre a sua satisfação pessoal e a  sustentabilidade do planeta. Ele reflete a respeito de seus atos de consumo e como eles irão repercutir não só sobre si mesmo, mas também sobre as relações sociais, a economia e a natureza.

O consumo consciente pode ser praticado no dia-a-dia, por meio de gestos simples que levem em conta os impactos da compra, uso ou descarte de produtos ou serviços. Tais gestos incluem o uso e descarte de recursos naturais como a água, a compra, uso e descarte dos diversos produtos ou serviços, e a escolha das empresas das quais comprar, em função de sua responsabilidade socioambiental. Assim, o consumo consciente é uma contribuição voluntária, cotidiana e solidária para garantir a sustentabilidade da vida no planeta.

Pratique o consumo consciente!

Fonte - Instituto Akatu (http://www.akatu.org.br/)

2 - PRÉ-RECICLAGEM


Mais da metade do plástico que compramos e colocamos fora todos os anos é gasto em embalagens. Ou seja, compramos um produto, pagando pela sua embalagem para, logo em seguida, jogá-la fora sem se preocupar com o seu destino. No caso das embalagens plásticas, nos esquecemos que elas são feitas de um dos maiores tesouros escondidos na Terra: o petróleo. O petróleo, transformado em plástico, nunca mais voltará a ser o que era. Deixa de ser definitivamente uma parte da Terra para se tornar um dejeto que ficará centenas de anos na natureza até se decompor.
Sempre que compramos alguma coisa, temos a oportunidade de escolher produtos com embalagens menos poluentes. Cerca de 1/3 de todo o lixo produzido é embalagens. Assuma uma atitude de pré-reciclagem, comprando coisas que venham embaladas em materiais recicláveis ou que já tenham sido reciclados. No caso do lixo doméstico, é possível diminuir a geração de resíduos com algumas atitudes práticas:
·         Adquira mais produtos a granel, evitando os superembalados, que geralmente são bem mais caros (quando possível, leve seu próprio pote);
·         Dê preferência às embalagens recicláveis, que geralmente apresentam uma marca composta por setas em círculo e certifique-se que o seu lixo seco será realmente reciclado.
·         Escolha marcas que informem a composição da embalagem do seu produto;
·         Prefira utilizar produtos com refil;
·         Exclua o isopor de suas compras: esta substância é altamente tóxica e prejudica a camada de ozônio pois possui CFC em sua composição;
·         Reduza o consumo de pilhas optando por um adaptador para a corrente elétrica ou por pilhas recarregáveis;
·         Dê preferência para livros, cadernos e agendas fabricados com papel reciclado;
·         Pense antes de utilizar qualquer folha de papel e reutilize o verso do papel;
·         Reaproveite ao máximo as caixas de papelão, envelopes, cartões, impressos em geral, em sua casa ou no serviço;
·         Solicite a retirada de seu nome da listagem de correspondência de empresas que lhe enviam folhetos que não lhe interessam;
·         Prefira sempre as embalagens de vidro, principalmente aquelas retornáveis. O vidro é abundante e facilmente reciclável;
·         Sempre que possível, opte por tecidos de fibra natural ou reciclado.
·         Compre apenas o necessário. Não fique preso a modismos e busque um equilíbrio entre o que você sente vontade de adquirir e o que realmente precisa.
Procure se informar sobre as possibilidades de Coleta Seletiva em seu bairro ou cidade. Se não existe essa prática em sua região, pense seriamente em iniciar um movimento para que este trabalho aconteça. Assim, será possível garantir um futuro mais limpo para as próximas gerações.

3 - SACOLAS PLÁSTICAS


Existem práticas que, com o avanço tecnológico, ficaram incorporadas ao nosso quotidiano. Uma delas é o uso da sacola plástica descartável. Quem se lembra da sua infância, quando a sua mãe ou a avó pediam para ir na padaria ou no mercado? Ainda na década de 80, o pedido era acompanhado de uma sacola resistente, feita de pano ou nylon, em alguns casos com dizeres regionalistas. Ao chegar no supermercado, tínhamos que deixar a sacola em um guarda-volumes e, na hora de sair com as compras, entregávamos a ficha com o número para o empacotador que ia lá buscar nossa sacola para colocarmos nossas mercadorias.
Com a generalização do uso do plástico, esta prática se perdeu, mas agora está na hora de retomar esta atitude ecológica. As sacolinhas de plástico estão preocupando muitas prefeituras do país, preocupadas com o tempo que levam para se decompor nos aterros sanitários – cerca de 500 anos (a idade do nosso país). Então, não se esqueça de providenciar uma sacola permanente sempre que for ao mercado!


 4 - ÓLEO DE COZINHA

 Reaproveitando o óleo de cozinha usado


O óleo de cozinha contamina o meio ambiente (principalmente os rios). Cada litro de óleo despejado no esgoto tem capacidade para poluir cerca de um milhão de litros de água. É a água que uma pessoa de classe média consome ao longo de 14 anos! Por isso o óleo não deve ser jogado fora.

Em algumas cidades do Brasil já existem programas de reciclagem para reaproveitar o óleo, para fazer sabão ou para ser transformado em biodiesel. O óleo usado, já frio, pode ser armazenado em garrafas tipo pet, se possível, transparentes, que são entregues à reciclagem. Também existem cooperativas que passam nos estabelecimentos comerciais, principalmente bares e restaurantes, para recolher este material e encaminhá-lo para a reciclagem.
Informe-se em sua cidade para ver se há algum programa de reciclagem deste tipo. Caso contrário você pode usar uma garrafa pet usada,  ou uma daquelas embalagens de cartão para sucos, para armazenar o óleo usado. Depois, coloquem-na no lixo comum, ao invés de despejar nos ralos. Assim se evita que o óleo chegue aos cursos d’água, pelo menos.
Outra boa alternativa é utilizar o óleo para fazer sabão caseiro. Veja a seguir uma receita simples.
Sabão caseiro

Material utilizado
  • 5 litros de óleo comestível usado
  • 2 litros de água
  • 200 ml de amaciante
  • 1 Kg de soda cáustica em escama (NaOH)

Passo-a-passo
  1. Coloque a soda em escamas no fundo do balde cuidadosamente.
  2. Coloque, com cuidado, a água fervendo. Mexa até diluir todas as escamas da soda.
  3. Adicione o óleo cuidadosamente. Mexa.
  4. Adicione o amaciante. Mexa novamente.
  5. Mexa até formar uma mistura homogênea.
  6. Jogue a mistura em uma fôrma e espere secar bastante.
  7. Corte as barras e pronto!
Dicas:
Quanto mais o sabão curtir, melhor ele fica.
Todo cuidado é pouco. Se a soda entrar em contato com a pele, pode provocar queimaduras.
Fonte:
Instituto Omar Cardoso: www.omarcardoso.com.br
Portal Biodiesel www.biodieselbr.com

5 – LIXO NÃO RECICLÁVEL
Destinação e Cuidados



TECIDOS
O processo de fabricação dos tecidos consome grandes quantidades de água e de energia. Os tecidos passam por processos de tingimento e tratamentos químicos, exigindo da indústria têxtil muito cuidado no tratamento dos afluentes líquidos.
A reciclagem industrial de tecido pós-uso não é praticada no Brasil. Isso devido ao estado em que os tecidos se encontram após serem descartados (sujos ou já degradados) e também pela pouca quantidade gerada. Algumas fábricas utilizam aparas de outras. Existem instituições que praticam a reciclagem artesanal, utilizando restos de tecidos para produzir bonecas de pano, bolsas, colchas, tapetes, etc.
Logo, deve-se procurar reutilizar todos os panos e restos de tecidos antes de serem descartados. Roupas indesejadas podem ser doadas, consertadas ou transformadas em pano de chão, quando muito estragadas.
BORRACHA
A borracha é um material altamente resistente à degradação biológica e com elevado poder calorífico, podendo constituir risco de incêndio. 70% da borracha produzida no país é destinada à fabricação de pneus, chegando a cerca de 40 milhões por ano. Quase a metade dessa produção é descartada no mesmo período. Buscando a correta destinação dos pneus inservíveis, o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) publicou a resolução 258/99. A partir dessa resolução, desde 2005, para cada 4 pneus novos fabricados no país, as empresas fabricantes devem dar destinação a cinco pneus inservíveis. As alternativas são:
Recauchutagem: Novas camadas de borracha são adicionadas nos pneus “carecas” ou sem friso. A recauchutagem aumenta a vida útil do pneu em 40%.
Trituração: É o principal mercado para a reciclagem desse material. A borracha passa por máquinas de moagem que podem cortar os pneus em pedaços pequenos ou até a formação de um pó, ambos utilizados para fabricar diversos produtos, inclusive para a composição de asfalto de maior elasticidade e durabilidade.
Regeneração: É possível recuperar a elasticidade e a resistência original da borracha por ação do calor ou do frio e com a adição de produtos químicos, formando uma pasta que pode ser moldada novamente num processo produtivo. No entanto, este material possui características físicas inferiores, pois nenhum processo consegue desvulcanizar a borracha totalmente.
Reaproveitamento energético: Devido ao elevado poder calorífico, os pneus podem ser utilizados como combustível principal ou auxiliar para o processo produtivo da indústria de celulose, aço, cimento e usinas termelétricas. Esta queima é regulada por lei que determina um padrão para a fumaça ser liberada.
Proteção e construções: Nos diques e cais a beira-mar, barragens e contenções de encostas, onde são geralmente colocados inteiros. Também em áreas de lazer e brinquedos infantis, além de vasos e outras utilidades.
PILHAS
As pilhas e baterias são resíduos perigosos constantemente presentes no lixo domiciliar, mas não são devidamente destinados. Sua toxicidade é devido aos metais presentes em sua composição como o cobre, zinco, manganês, níquel, lítio e os mais perigosos: o mercúrio, o cádmio e o chumbo, que podem ser liberados se as pilhas forem incineradas ou deixadas em qualquer destino final. Alguns efeitos destes metais pesados nos seres vivos são: disfunções renais, hepáticas, neurológicas e motoras; osteoporose; danos cerebrais e no desenvolvimento de fetos; problemas pulmonares; câncer, entre outros. Muitos destes metais são bioacumulativos, podendo afetar drasticamente a saúde do homem.
Existem diversos processos de reciclagem de pilhas e baterias, específicos para cada tipo. Segundo a resolução 257/99 do CONAMA, os usuários devem entregar pilhas e baterias esgotadas aos estabelecimentos comerciais ou postos autorizados de coleta dos fabricantes, para que estes adotem os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequados. O ideal é sempre recorrer à própria embalagem para orientações. Entretanto, não é raro a comercialização de pilhas e baterias clandestinas ou falsificadas que não seguem as especificações legais. De qualquer forma, nenhum tipo de pilha ou bateria deve ser jogado no lixo comum!

6 - CARNE VERDE
 Cardápio vegetariano pode preservar a floresta


Domingo é o dia nacional do churrasco, o que justifica que os brasileiros estão entre os maiores consumidores de carne bovina, com a média de 29,6 kg por pessoa anualmente. Esta boa posição sempre incomodou os vegetarianos, que promovem a mudança de hábito para benefício da saúde humana. No entanto existem outros argumentos que podem ser mais fortes.
Estima-se que 78% do desmatamento na Amazônia aconteceu para abrir espaço para os pastos e a criação de gado. Portanto, se o consumo de carne cair, também diminui a derrubada de floresta para abrir mais pastagens. Atualmente, 30% do bife nosso de cada dia vem de rebanhos engordados em áreas da Amazônia Legal.
O Brasil mantém 195 milhões de bovinos - mais bois que pessoas. Mudar a nossa cultura carnívora é difícil. O caminho intermediário pode ser uma redução do consumo. Podemos optar por comer carne apenas três vezes por semana, em vez de todos os dias. Uma alternativa que manteria a tranqüilidade, garantindo o churrasco do domingo!
Bom apetite!
Saiba mais:
Relatório “O Reino do Gado” – Amigos da Terra: http://www.amazonia.org.br/arquivos/259381.pdf

7 - REAPROVEITAMENTO DOS ALIMENTOS Reaproveitamento de Alimentos
As velhas receitas da economia estão na moda:use a criatividade com as sobras das refeições, incrementando risotos, bolinhos e outros pratos. Aqui vão algumas dicas


Casca de Banana
Podem ser feitos bolinhos ou bifes.
Ingredientes: 8 cascas de banana, 2 ovos, cebola, tomate, pimentão, cheiro-verde, sal, alho e pimenta-do-reino a gosto; farinha de trigo ou de mandioca o suficiente para fazer uma liga e óleo para fritar.
Lave as cascas de banana, escorra-as e pique-as bem fininhas. Junte os demais ingredientes e amasse bem. A seguir, coloque na forma de bifes ou bolinhos e frite em óleo quente.

Casca da Batata
A cerveja do domingo pode ser acompanhada com um tira-gosto feito com as cascas da batata.
Ingredientes: cascas de batata, óleo para fritar e sal.
Lave bem as cascas e, após escorrê-las, frite-as em óleo quente até ficarem douradas e sequinhas. Tempere com  sal e sirva.

Pão Velho
O pudim de “pão velho” é apreciado em todas as camadas sociais.
Ingredientes: para cada 12 pãezinhos de 100g junte 06 ovos, um litro de leite, 500g de açúcar, três colheres de sopa de manteiga, três de farinha e meia colher de sopa de fermento. Pode ser enriquecido com uva passa (a gosto), cravo e canela.
Misture tudo em uma panela grande e aguarde o amolecimento do pão. A seguir, amasse tudo com as mãos ou, então, utilize o liquidificador. Espere a massa reagir. Coloque então a massa em uma forma untada com manteiga e leve ao forno bem quentinho. Quando a massa gratinar, apresentando uma crosta bem amarelada, retire do forno, deixe esfriar e esparrame uma gulosa calda de açúcar sobre o pudim.
Agora, é só comer!


Fonte: Waldman, Maurício; Schneider, Dan Moche. Guia Ecológico Doméstico. São Paulo: Contexto, 2000.




8 – CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS

Saiba como economizar e aproveitar melhor os alimentos



ü  Para o alimento durar mais - verduras e legumes podem ser congelados pelo processo de branqueamento. Mergulhe os vegetais em água fervente, espere que a água volte a ferver, retire do fogo e mergulhe imediatamente esses vegetais em uma vasilha de água gelada. Assim o vegetal pode ser guardado por mais tempo no freezer.
ü  Aproveite os produtos da sua região - dê preferência às comidas típicas e aos ingredientes de sua região. Assim estará reduzindo os custos de transporte e evitando as perdas causadas pela manipulação dos alimentos.
ü  Escolha os alimentos da estação - consuma verduras, legumes e frutas da estação, que além de mais saborosos têm preços mais baixos. Em geral, esses produtos vêm de mais perto também.
ü  Aproveite as partes boas de verduras e legumes - ao notar que a abobrinha, chuchu, mandioquinha e outros legumes estão estragando, corte-os, lave bem o que pode ser aproveitado e faça uma seleta de legumes para acompanhar assados em geral.
ü  Não descarte as sobras - recicle as sobras de alimentos: do feijão, faça sopa. Com arroz, cenouras cozidas, carne assada ou o que restou da bacalhoada prepare deliciosos bolinhos. Frutas azedas ou maduras demais viram compotas, geléias e recheios para bolo.
ü  Cuidado ao manipular os alimentos - na hora de comprar frutas, verduras e legumes, escolha com os olhos. Tocar os alimentos reduz a sua vida útil. Pegue o alimento somente depois de decidir o que vai levar. Assim, o produto será preservado por mais tempo.
ü  Cardápio semanal - o maior desperdício doméstico é com frutas, legumes e verduras - produtos típicos das compras semanais. Pensar no cardápio antes de ir ao supermercado permite comprar apenas o necessário e suficiente para aquelas refeições, evitando o desperdício.
ü  Não se preocupe com a aparência dos alimentos - nas compras a granel (alimentos não embalados), não leve em conta a “limpeza” de legumes, especialmente as batatas. A limpeza dos alimentos reduz seu tempo de vida e pode contaminá-los com produtos tóxicos. Qualquer legume ou batata com um pouco de terra dura mais e pode ser facilmente lavado em casa.
Bom apetite!
 Fonte - Instituto Akatu (http://www.akatu.org.br/)

9 – COMPOSTAGEM DOMÉSTICA
Reduzindo e reutilizando resíduos


O Brasil produz mais de 240 mil toneladas de lixo por dia. Deste volume, n76% são depositados a céu aberto, em lixões; 13% são depositados em aterros controlados, 10 % em usinas de reciclagem e 0,1% são incinerados. 60% do lixo urbano são resíduos orgânicos, que podem se transformar em adubo de ótima qualidade através do processo de compostagem. Esta técnica simples pode ser aplicada em escala doméstica, principalmente por quem mora em casa. Como resultado, se obtém um composto fertilizante semelhante ao solo, com ótimos nutrientes para as plantas do jardim, além de ocupar o material que iria para os aterros ou lixões.
A técnica da compostagem foi desenvolvida com a finalidade de acelerar a estabilização da matéria orgânica. O 1º passo é a escolha do local que deve ser reservado, de fácil acesso, com sol e sombra (sem excesso, para manter a umidade da pilha constante), próximo a um ponto de água, com espaço suficiente para o reviramento da pilha, em terreno de boa drenagem. A 2ª etapa é preparar a pilha, colocando no fundo uma camada de 20 cms de material seco: folhas secas, palha e galhos para que não haja compactação de resíduos, o ar possa circular e a água escorrer. Após esta camada inicial, vão se alternando camadas de lixo orgânico com resíduos secos de jardim. O tamanho ideal da pilha é de 1,5 a 2 m de largura por 2 a 4 m de comprimento., mas pode ser alterada de acordo com a quantidade de material e espaço disponíveis. Em espaços pequenos pode ser uitilizado uma grade de madeira (imagem) para evitar que o composto se espalhe.
O 3º passo é a manutenção, momento em que devemos controlar o arejamento, a temperatura e a umidade. O arejamento é controlado revirando a pilha uma a duas vezes por semana. A temperatura pode ser controlada com um termômetro e deve ficar em 60º no início do processo, caindo para 40º a medida que os materiais se decompõem.
A compostagem leva de 3 a 6 meses, dependendo do material orgânico utilizado, das condições ambientais e do cuidado no reviramento da pilha. O composto está pronto, quando após o reviramento, a temperatura não mais aumentar. O material se apresentará com cor marrom escura, cheiro de bolor, homogêneo e sem restos vegetais.
Algumas dicas:
·         Corte os restos de comida em pequenos pedaços para acelerar o processo de compostagem;
·         Uma família média precisa de 2 sacos de lixo de jardim (76 x 91 cms) de folhas por mês;
·         No outono, ensaque as folhas e armazene-as num local seco e acessível;
·         Faça duas áreas de compostagem: enquanto uma matura, a outra já pode ser utilizada;
·         Não se deve usar o composto imaturo na adubação de plantas. No solo, ele continua o processo de decomposição afetando negativamente as plantas;
·         Caso tenha disponibilidade de esterco de animais como boi, galinha, porco, etc. a sua utilização como fonte de microorganismos decompositores acelera a formação do composto;
·         Do lixo orgânico doméstico, deve-se evitar as gorduras animais – pois são de difícil decomposição - como também restos de carne, por atrais animais domésticos. Revistas e jornais têm uma decomposição mais lenta e podem ser reciclados.


Fontes:
EMBRAPA – “Compostagem Caseira de Lixo Orgânico Doméstico”. Circular Técnica, 76. Dezembro 2005.
EMARP – Empresa Municipal de Águas e Resíduos de Portimão / HTTP://www.emarp.pt/ambiente/
Horta da formiga – WWW.hortadaformiga.com

10 – ÁGUA

Todos sabem da importância da água e que sem ela não vivemos: 70% do nosso corpo é composto por água! Além do nosso consumo imediato, a água é essencial para brotar o alimento da terra, para as criações de animais, pesca, navegação, geração de energia, etc.
Porém, a expansão da ocupação humana, as queimadas, desmatamento e poluição excessiva estão prejudicando o equilíbrio natural, provocando desordem climática e comprometendo o abastecimento de água. Apesar de abundante no planeta e cobrir 75% da sua superfície, quase toda a água existente (97,5%) é salgada e imprópria para o consumo. Do restante, a maior parte está congelada nas geleiras e outra boa parte é subterrânea. Menos de 1% da água do planeta está disponível nos rios e lagos, sofrendo constantes agressões que comprometem a sua qualidade.
70% da população de Brusque depende das águas do rio Itajaí-Mirim e todos devemos zelar por quem não nos deixa com sede fiscalizando os crimes ambientais (dejetos no rio, desmatamentos desnecessários, etc.) para que as próximas gerações não fiquem com a GARGANTA SECA.
Outro problema grave a ser fiscalizado é o desperdício. Cerca de 40% de toda a água tratada no Brasil é desperdiçada. Por tudo isso, absorva bem o assunto impresso na próxima página e faça a sua parte respingando tais informações em quem estiver desperdiçando água, pois este dilema da humanidade somente se resolverá com estas duas consciências: ECOLÓGICA e ECONÔMICA!

11 – COMBATENDO O DESPERDÍCIO


TORNEIRAS
Ao escovar os dentes, lavar a mão ou fazer a barba, abra a torneira somente quando necessário. Da mesma forma, ao lavar a louça, feche a torneira quando for ensaboar.
CHUVEIRO
Banhos demorados consomem 37% da água de uso doméstico. Para você ter uma ideia, 5 minutos com o chuveiro aberto consomem 60 litros de água. Diminua o fluxo do chuveiro e feche o registro quando for se ensaboar.
VASO SANITÁRIO
Os vasos sanitários podem consumir até 40% da água de uso doméstico. Regule regularmente a válvula de descarga e racionalize o seu uso.
MANGUEIRA
Principalmente em épocas de estiagem e crises no abastecimento de água, APOSENTE A MANGUEIRA. Água potável é muito preciosa para ser desperdiçada lavando carros ou calçadas. Usando a vassoura, você economiza tempo e água. Mantenha seu carro limpo, mas não precisa AFOGÁ-LO. Com um balde dágua, você economiza e resolve o serviço. Para molhar as plantas, use o regador: gasta bem menos água e o exercício ainda faz bem.
HIDRÔMETRO
Controle seu consumo de água através dos números registrados no hidrômetro. É simples fazer a leitura: caso você não saiba, pergunte ao leiturista da SAMAE. Se houver muita diferença de um mês para o outro, procure detectar algum vazamento na sua instalação. Fique atento a vazamentos que podem ocorrer no hidrômetro.
BÓIA D’ÁGUA
Observe sempre o funcionamento da bóia da sua caixa d’água. Bóia com defeito é água perdida pelo extravasor (ladrão).
VAZAMENTOS
Existem vilões que vivem roubando água das pessoas distraídas: torneiras pingando, descarga desregulada, vazamentos, etc. Não dê chances a esses terríveis malfeitores! Verifique sempre torneiras, chuveiros, encanamentos, etc.
Uma torneira pingando pode representar a perda de até 16.000 litros por ano. Só quem atravessa um deserto a pé sabe dar o devido valor a uma gota d’água!
Em caso de vazamentos em redes de águas e/ou esgoto, não perca tempo: comunique o SAMAE através do número: 3351-0590.


 12 – SUSTENTABILIDADE  E DIVERSÃO
Brincando de sustentabilidade


Falar sobre os problemas sociais e educar para novos conceitos não é fácil. Mas alguns fabricantes de brinquedos aceitaram este desafio ao investir nos chamados “ecojogos”.
 Nessa linha, a Estrela acaba de lançar o “Banco Imobiliário Sustentável”, versão ambientalmente correta do consagrado jogo de tabuleiro, criado em 1944. Na nova versão, em vez de bairros e ruas importantes, as casas do tabuleiro representam reservas naturais como Pantanal, Rio São Francisco,etc. “A dinâmica do jogo foi desenvolvida para ser um processo pedagógico, que premia quem tem preocupação ecológica e pune quem não tem”, explica Aires Leal Fernandes, Diretor de Marketing da Brinquedos Estrela.
A preocupação ambiental está presente também no processo de fabricação do brinquedo. As peças plásticas são feitas com o chamado “plástico verde”, fabricado com um polímero derivado de cana de açúcar. O material além de ser biodegradável ainda contribuiu para a redução do efeito estufa ao absorver e fixar CO2 (gás carbônico) da atmosfera, durante o crescimento das plantas. O tabuleiro, a embalagem e as cartas são feitos com papel reciclado.
Ecojogos on line - Estão também disponíveis na web diferentes jogos que tratam os temas ambientais e o conceito de sustentabilidade de forma lúdica.
WeAther - jogo colaborativo do Greenpeace em que o objetivo é salvar a Terra dos desastres ambientais - www.greenpeaceweather.com.br.
Energyville – O jogador precisa providenciar energia em quantidade suficiente para abastecer uma cidade de 3,9 milhões de pessoas e, ao mesmo tempo, mantê-la limpa, segura e economicamente viável. Versão em inglês. www.willyoujoinus.com/energyville/
Honoloko -  Acontece na Ilha de Honoloko, que é muito semelhante ao nosso mundo e onde as nossas ações impactam o meio ambiente onde vivemos. O objetivo do jogador é tomar decisões que melhorem a saúde dos habitantes e o ambiente de Honoloko. honoloko.eea.europa.eu/Honoloko.html
Para as crianças:
Eco Kids – Site feito sob medida para a criançada. Propõe-se a transmitir aos pequenos, por meio de jogos e entretenimento, conhecimentos básicos sobre cidadania e meio ambiente. www1.uol.com.br/ecokids/
Ecoagents – Special Units - Os jogadores podem se tornar Ecoagentes, da Agência Européia do Ambiente (AEA), encarregada de recolher informações sobre o ambiente em toda a Europa. Em inglês. ecoagents.eea.europa.eu/
Fonte: Instituto Akatu pelo consumo consciente (www.akatu.org.br)

13 – SEQUESTRO LEGAL
Seqüestro Legal
Plante árvores e compense as emissões de CO2 que o seu consumo produz


Diariamente nossas atividades repercutem de alguma forma no meio ambiente. Através da queima de combustíveis em nossos automóveis, pelo consumo de alimentos (que geralmente usam áreas que eram antes Mata Atlântica) ou pelo uso de recursos naturais em nossas casas. Todos nós temos uma “dívida” com o meio ambiente.
Pensando nisso as ONGs SOS Mata Atlântica  (www.sosma.org.br) e Instituto Totum (www.institutototum.com.br) criaram uma oportunidade para empresas, eventos e pessoas contribuírem com o meio ambiente e a saúde da população: reduzir os efeitos causados por suas emissões através do plantio de árvores.  
Todos podem participar deste mutirão de plantio. Você pode calcular suas emissões anuais através da calculadora de carbono, disponível no site do programa da SOS Mata Atlântica, Florestas do Futuro (http://www.florestasdofuturo.org.br/). Cadastre-se no site, acesse o link Calculadora de CO2 e preencha todos os campos do formulário, com os dados de seu consumo anual. O programa faz uma estimativa do número de árvores que você terá que plantar para seqüestrar suas emissões anuais de CO2 e fazer as pazes com a natureza. No mesmo site é possível financiar o plantio das mudas em diversas florestas do país. As colaborações individuais começam com uma quantia mínima de três árvores (R$ 36,00).
Acesse e confira sua pegada de CO2 na natureza. Depois planeje o seqüestro deste gás como achar melhor. Você pode pagar alguém para fazer o plantio ou cultivar você mesmo, na área de preservação mais próxima.

 PARA REFLETIR




Filhos da Terra
Como pode alguém comprar e vender o céu, o calor da terra? É uma ideia estranha para nós. Porque não possuímos a frescura do ar ou o brilho da água. Como grande chefe pode querer comprá-la de nós? Cada parte de nossa terra é sagrada para meu povo. Cada copa brilhante de um pinheiro, cada praia arenosa, cada névoa dos bosques escuros, cada inseto luminoso é santo na memória e na experiência do meu povo. Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Para ele, um pedaço de terra é igual ao seguinte. Porque ele é um estranho que chega de noite e tira da terra tudo o que necessita. Seu apetite devorará a Terra e deixará atrás de si um deserto. A visão das suas cidades castiga os olhos do índio. Talvez porque o índio é um selvagem e não entende... Não há lugares calmos nas cidades dos homens brancos. Nenhum lugar para se ouvir as folhas da primavera ou o ruído das asas dos insetos. Talvez eu seja um selvagem e não compreenda – mas o barulho apenas insulta meus ouvidos. E o que é a vida lá se um homem não pode ouvir o belo canto de um rouxinol ou a conversa noturna dos sapos em volta do lago? O índio prefere o som suave dos ventos escorrendo na face da lagoa, o cheiro do vento lavado por uma chuva de meio-dia e perfumado pelos pinheiros. O ar é precioso para os índios. Todas as coisas repartem o mesmo ar:os animais, as árvores, o homem. O homem branco prefere não levar em conta o ar que respira. Como um homem morrendo há vários dias, ele está entorpecido para o perfume. Se todos os animais e árvores desaparecessem, o homem morreria de grande SOLIDÃO DE ESPÍRITO , porque seja o que for que aconteça aos animais e às plantas, acontecerá também ao homem. Todas as coisas estão interligadas. O que suceder com a Terra, sucederá também com OS FILHOS DA TERRA.

(trecho da carta escrita pelo chefe Seattle da tribo Suwamish (Washington) em 1855, em resposta à compra de terras indígenas pelo governo norte-americano)








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